Caríssimos, boa noite!
Por acaso, encontrei essa matéria falando sobre a Kombi, que trás muitos detalhes interessantes sobre a produção mundial e, principalmente, sobre as características da produção no Brasil.
Como muita gente que tem fica muito perdido, pois ninguém tem muita certeza de nada, creio que esse material pode dar um Norte para muitos apaixonados pelo nosso "pão de forma"! rs...
Boa leitura!
(Conteúdo reproduzido integralmente do site http://www.sampakombiclube.com.br/)
Falar de Barndoor não é tarefa fácil. Segundo o Aluisio Lemos: "... as
primeiras BARNDOORS não tinham uma lógica na montagem, fato dito pelo
próprio Mauricio Marx que possui 3 Barndoors (Revista Fusca & Cia)
em pesquisa quando restaurou sua primeira Tipo2...", mas vamos tentar.
Nascia a Kombi, abreviação de Kombinationfahrzeug, ou veículo de uso combinado (ou veiculo Multi-uso).
A
Alemanha pos guerra era um pais em fase de reconstrução e a volkswagem
pensando no mercado promissor internacinal expandia a produção daquela
que seria junto com o fusca o casamento perfeito para o sucesso.
Em
1950 chega no porto de Santos as 2 primeiras kombis juntamente com 10
fuscas,era um teste que a Volkswagem estava fazendo com o mercado
brasileiro, e os resultados de vendas foram fantásticos, pois o preço
estimado era de CR$ 20.000,00(vinte mil cruzeiros), e o resultado final
foi surpreendente, pois a Brasmotor conseguiu vender pelo extraordinário
valor de CR$ 60.000,00(sessenta mil cruzeiros), cada veiculo.
A
Kombi começou a ser vendida no Brasil, importada (e depois montada)
pelo grupo Brasmotor, representante Chrysler e dono da Brastemp. Em
1953, a própria Volkswagen criou uma filial aqui. A produção da Kombi
com peças nacionais começou em setembro de 1957. Foi o primeiro modelo
da marca feito no Brasil e participou intensamente da construção de
Brasília.
1957
- começa então a produção da kombi nacional com 50% das peças já sendo
produzidas no Brasil, foram lançados os modelos Standart, luxo e furgão;
Todos com motor 1.192 cm³ e 30 cv de potência líquida, sendo (36 cv
brutos). Podendo chegar a uma velocidade máxima de aproximadamente 100
km/h; O câmbio de quatro marchas não tinha a primeira sincronizada e o
sistema de sinalização era a bananinha.
linha de montagem na fábrica da Volkswagen (São Bernardo do Campo, 1958)
Segundo
Jean Strifezzi: "Getúlio Vargas queria transformar o Brasil numa
potência e visualizou a indústria automobilistica nacional. Em 1941
criou a Companhia Siderurgica Nacional (CSN) para produzir o aço, em
1942 a Vale do Rio Doce pra extrair minério e a FNM (Fábrica Nacional de
Motores) para produzir motores e peças. Naquela época, como a
prioridade era fazer o Brasil crescer, ônibus, caminhões e implementos
agrículas foram priorizados. Até 1951 entrava muito carro no Brasil e
ele resolveu tomar uma atitude: em março de 1952 taxou a importação de
veículos já montados (resolução CEXIM), para incentivar a produção
nacional. Empresas estrangeiras que se instalassem oficialmente no
Brasil receberiam incentivos fiscais.
O CKD ("Completely Knocked
Down") foi uma alternativa pra driblar os impostos absurdos. Vc
importava caixotes com peças e aqui montava um veículo.
A partir
de 1953 várias empresas vieram para o Brasil: Ford e GM já montavam
veículos por aqui, então começaram a trazer o ferramental dos EUA para
produzir, Volkswagen, Chrysler, International, Mercedes, Simca, DKW.
A
maioria do ferramental foi trazido de fora, era os moldes antigos do
ano anterior, que não seriam mais uados nos EUA... O Aero Willys 60 era o
modelo americano de 1952. O caminhão chevrolet 57 era o caminhão
americano de 54, O Ford 55 brasileiro era o Ford 54.
Outra curiosidade: o motor 1200 começou a ser produzido aqui no Brasil na 2ª série de 1959
antes o motor era importado da Alemanha."
Manuais digitalizados:
http://www.thesamba.com/vw/archives/manuals/type2.php
A nossa pesquisa foi realizada pelos sites:
http://www.barndoor.dk/detaljer.html
www.vintagebus.com/busfaq.html
TABELA DE PRODUÇÃO – NÚMEROS DE CHASSI (período Barndoor)
- o número de chassi indicado representa o último veículo produzido no respectivo mês.
1950
Mar 20-000001?
Apr 20-000372
May 20-000671
Jun 20-001300
Jul 20-001751
Aug 20-002897
Sep 20-004171
Oct 20-005622
Nov 20-007037
Dec 20-008112
1951
Jan 20-009542
Feb 20-010867
Mar 20-011741
Apr 20-012519
May 20-013359
Jun 20-014337
Jul 20-015323
Aug 20-016345
Sep 20-017286
Oct 20-018355
Nov 20-019312
Dec 20-020112
1952
Jan 20-021347
Feb 20-022408
Mar 20-023870
Apr 20-025719
May 20-027676
Jun 20-029572
Jul 20-030782
Aug 20-032823
Sep 20-035134
Oct 20-037647
Nov 20-039772
Dec 20-041857
1953
Jan 20-044361
Feb 20-046563
Mar 20-049106
Apr 20-051360
May 20-053447
Jun 20-056087
Jul 20-057628
Aug 20-059939
Sep 20-062598
Oct 20-065376
Nov 20-067819
Dec 20-070341
1954
Jan 20-073148
Feb 20-076265
Mar 20-079978
Apr 20-083238
May 20-086613
Jun 20-090054
Jul 20-092166
Aug 20-095476
Sep 20-099251
Oct 20-102992
Nov 20-106736
Dec 20-110603
1955
Jan 20-114525
Feb 20-118226*
*Oficialmente, a primeira “não Barndoor” teria sido fabricada no dia 1º de março de 1955, com o chassi nº 20-117902.
(fonte: http://www.thesamba.com/vw/archives/info/chassisdating.php)
As principais alterações que encontramos foram:
Do
protótipo da Barndoor até meados de 1950 (chassi 20-05001) o estepe ia
em pé no compartimento do motor, preso por uma cinta de metal. Na
sequência, até a última Barndoor, o estepe ia instalado numa prateleira
em cima do motor, preso por uma cinta de couro (posteriormente por uma
cinta de tecido).
1950:
Ano de seu lançamento na Alemanha e início das vendas no Brasil,
importada pelo Grupo Brasmotor (proprietário da marca Brastemp). Na
traseira havia uma grande tampa do motor, que deu origem ao apelido
"barndoor" (porta de celeiro). A Kombi era equipada com motor de 1100cc e
25hp, o eterno boxer de 4 cilindros opostos refrigerado a ar. A partida
era elétrica (na chave) ou manual (na manivela), 8 grades de ventilação
no motor p/ fora; não há aba de ventilação acima do parabrisas, espelho
retrovisor externo fixado na coluna na altura da metade do parabrisas.
Em maio surge o modelo Microbus, para passageiros, com forração mais
caprichada e pintura em dois tons. As primeiras Barndoors tinham dois
emblemas VW, fabricados em alumínio fundido, sendo um na dianteira e
outro na traseira. O emblema traseiro foi abolido em outubro (a partir
do chassi 20-05535). Quanto ao emblema dianteiro, a partir do chassi
20-011869, por volta de abril, o emblema passou a ser de metal
estampado. Havia apenas um pequeno refletor (olho de gato) instalado na
traseira esquerda, abaixo da lanterna.
A capacidade de carga inicial era em torno de 750 Kg. Os números de produção eram de cerca de 10 veículos por dia na fábrica
8 grades de ventilação no motor p/ fora
Todas as barndoor não tinha ventilação sobre os pára-brisas da frente, até chassi 20-117901.
Ventilação a partir do chassi 20-117902
vidro traseiro trapézio (chassi 20-012343 até 20-117902)
tampa com emblema (até chassi 20-05534)
tampa fechada sem emblema (chassi 20-05535 até 20-012342)
logo em aluminio até o chassi 20-011868.
letras V e W emendadas
Lanternas:
http://www.vintagebus.com/techinfo/taillights.html
Para-choques:
De 1950 até 1967 a Kombi utilizou o parachoque "almofadinha". De 1950 a 1958 sem puleiros.
Os detalhes de uma BD:
A- a "testa" possui um vinco saliente, e a calha possui um certo ângulo;
B- o "beiço" da calha é bem perto da coluna A;
C- a ventarola é bem característica, formato bem diferente, sendo fixada com dobradiça piano;
D- as aletas de ventilação são em número de 8;
E-
a "saboneteira", ou o recesso do trinco é estreito como o do Fusca. Se
repararem, na Kombi pós Barndoor o recesso é mais arredondado;
F- o paralama dianteiro, na parte indicada, é mais largo do que o da Kombi pós Barndoor;
G- reparem que não existe aquele "rebaixo" arredondado na lata, em torno do eixo do limpador.
1951:
A partir de abril (Chassi 20-05534) todas as Barndoors passaram a ter
janela traseira. Em junho surge o modelo De Luxe Microbus (apelidada de
“Samba”), com oito janelinhas adicionais no teto (23 janelas no total),
teto solar, painel grande com rádio e relógio, frisos, etc. Em dezembro
é lançado o modelo ambulância.
kombi samba
1952:
Em março a Volkswagen instalou um segundo refletor (olho de gato) na
traseira, abaixo das lanternas. Lançamento da versão “Pickup” no mês de
agosto, câmbio com 2ª,3ª,4ª sincronizadas. Johnny destaca que "Quando
ela foi lançada em 1952, as tampas eram lisas, ou seja, não tinham
aquelas estampas retangulares, em baixo relevo, na chapa."
Chapa da carroceria lisa
segundo olho de gato
1953:
o primeiro modelo a receber parachoque traseiro foi o modelo "De Luxe",
conhecido pelo apelido "Samba", no chassi nº 20-047102, em março.
Curiosamente o parachoque traseiro não surgiu ao mesmo tempo nos
diversos modelos de Barndoors. Nos modelos "Microbus Standard", "Kombi" e
"Panelvan", surgiu a partir do chassi nº 20-069409, em dezembro de
1953. O câmbio passou a ter a 2ª, 3ª e 4ª marchas sincronizadas. Início
da montagem no Brasil, com as peças importadas (o chamado "sistema CKD",
"Completely Knocked Down) ainda pelo Grupo Brasmotor. Em dezembro de
1953, motor 1200cc de 36hp.
1954: a Barndoor nº 100.000 sai da
linha de produção em Wolfsburg. Era dia 09 de outubro de 1954 e o então
diretor geral da Volkswagen, Heinrich Nordhoff, proferiu um entusiasmado
discurso na fábrica."
Em
março de 1954, a “Pickup” é último modelo a receber o parachoque
traseiro, a partir do chassi nº 20-079856. Como já foi informado acima,
neste ano, a chapa da carroceria recebe estampas retangulares, em baixo
relevo, com a finalidade de reforçar a estrutura.
Chapa da carroceria com relevos
Kombi pick up single cab 1954:
http://www.forumfuscabrasil.com/index.php/topic,41517.0.html
1955:
oficialmente, a última Barndoor foi fabricada em 28/02/1955, com o
número de chassi 20-117901, 03/55-> caixa de direção com roletes. A
partir de 1955, as versões de Fusca e Kombis que iam para os EUA, tinham
de ter as tetinhas , pois as bananinhas eram proibidas pela legislação
deles.
Numeração do Chassi:
Até o Chassi 20-117 901 (Fev 1955) a placa com o número encontra-se na parede transversal traseira do compartimento do motor.
A
partir do Chassi 20-117 902 (Mar 1955) até 469 505 (Mai 1959),
encontra-se abaixo da placa de modelo na parede transversal traseira do
compartimento do motor.
1957: Inicio da produção brasileira. Cilindro de roda dianteiro Varga.
lanternas brasileiras
1958:
Na kombi brasileira, o número do chassi fica atrás do banco do
passageiro... não tem nada pinado na lata perto do motor, era apenas 4
números (xxxx).
1959: Até o Chassi 469 505 - Maio de 1959 o
câmbio não era sincronizado. A partir do Chassi 469 506 - junho de 1959 o
cambio mudou permanencendo até o Chassi B 7 132 073 em Dezembro de
1967, ou seja, o câmbio sincronizado surgiu na Kombi 1959 2ª série,
porém no Fusca só começou em 1961, numeração do chassi na chapa lateral
do motor (lado da bateria)
Numeração do chassi: A partir do Chassi
469 506 (Jun 1959) até B 40 76 768 (Jun 1964) sobre a chapa de
cobertura do motor, lado direito.
Numeração do Motor: Até o Chassi
6-110 894 (Dez 1966) Sobre o braço do suporte do dínamo do motor, abaixo
da inscrição "Ordem de Explosão 1-4-3-2".
Na kombi brasileira, entrou na casa do 5º dígito no chassi (xxxxx)
Em 1959 a Kombi Luxo ganhou puleiros cromados.
Fotos:
Detalhes da maçaneta e chave necessária para abrir a porta:
Alguns links interessantes:
http://ferrugembr.com/2013/01/16/kombis-personalizadas-dos-anos-50/
http://www.thesamba.com/vw/archives/lit/51logobus.php
http://www.thesamba.com/vw/archives/lit/literature58booklet.php
http://www.thesamba.com/vw/archives/lit/60srvcbuses_german/cover.jpg
Consultamos o Everett Barnes, do site TheSamba:
Tradução nossa:
Ele acredita que não era feito dentro da fábrica, mas sim por empresas externas, por iniciativa do proprietário da Kombi.
Sobre
prateleiras e expositores, acredita que alguma coisa poderia ser
disponibilizada de fábrica ou por empresas que trabalhavam diretamente
com a fábrica, mas não tem conhecimento acerca dos detalhes.
Acredita
que na maioria dos casos, assim como ocorria com a pintura, era uma
empresa independente ou proprietário que personalizava a Kombi para o
uso em seus negócios.
Na brochura da Volkswagen do ano de 1958, com o seguinte texto:
"A
ambulância - o carro de bombeiro - a viatura de polícia - Estes três
veículos especiais são construídos para a máxima confiabilidade. Eles
são excelentes exemplos da versatilidade das Kombis. Para a ambulância, o
equipamento interno de socorro é padrão. O equipamento básico de
combate a incêndio e os acessórios para o carro de polícia são
fornecidos por empresas especializadas."
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